Infância

Infância

     

     René Descartes era o segundo de uma família de três filhos, com apenas um ano de idade perdeu sua mãe, Jeanne Brochard, que morreu de parto. René, então foi morar com sua avó, que contava com uma babá ajudando na sua criação. Por gratidão ele ficou pagando uma pensão a babá até o fim de sua vida. Seu pai tendo ficado viúvo, casou-se novamente, mas manteve-se presente em sua vida. Surpreso com a curiosidade que o filho demonstrava, o tratava como “pequeno filósofo”. Mas com o passar do tempo ficou triste por Descartes não querer ser advogado.

 

        Com oito anos de idade, em 1604, René foi estudar no colégio Real de La Fleche, em Anjou, fundado pelos padres jesuítas, com dotação de Henrique IV. René foi deixado sob os cuidados o padre Charlet, um homem intelectual, parente dos Descartes, que logo se tornou reitor. René passou a tê-lo como um segundo pai.

 

        Em La Fleche estudou por quase dez anos. Foi uma criança e um adolescente de pouca saúde, que só veio a equilibrá-la aos vinte anos. Era um aluno desinteressado, mas dedicava-se a meditar. Alegando pouca saúde para permanecer deitado até tarde do dia. Apesar de perder as aulas todas as manhãs, era bastante inteligente e acompanhava o curso, concluindo-o sem dificuldades. As disciplinas eram no geral: Filosofia, contendo física, lógica, metafísica e moral; e Filosofia Aplicada, que compreendia medicina e jurisprudência. Estudou Matemática através dos manuais didáticos do Monge Clavius, matemático jesuíta, que há algumas décadas tinha criado o Calendário Gregoriano. Mais tarde, embora admirasse a disciplina e a educação recebida dos jesuítas, disse que em La Fleche, o ensino propriamente, era fútil e desinteressante, sem fundamentos racionais satisfatórios. Observava que somente na Matemática tinha encontrado algum atrativo. Religioso, conservou a fé católica até morrer.

 

        Deixou os estudos regulares: Pois não queria a vida de um erudito e intelectual. Preferia ganhar experiência, em contacto com o mundo. Se tornou viajante buscando observar. Antes disso, para agradar ao pai, ingressou no curso de Direito, de dois anos, na universidade de Poitier. Concluído o curso, em 1616, não seguiu a tradição familiar.

     No ano de 1618, René foi para a Holanda e se alistou, na escola militar de Breda, no Brabante setentrional, como um oficial não pago do exército de Maurício de Nassau, príncipe de Orange que naquele momento estava dispondo suas tropas contra as forças espanholas que tentavam recuperar aquela que fora a província mais rica da Espanha. Também estudou Arte de Fortificações e a língua flamenga.

 

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